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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Ignorância Pública

Benedito Tadeu, servente de pedreiro, amava Marta, prostituta na Augusta. Marta não o amava, mas não se importava em fazer programas com ele. Terça feira Benedito Tadeu vai até ao ponto atrás de seu amor, mas fica sabendo que Marta estava no meio de um programa com Émerson, motorista de táxi, que não conhecia nenhum dos dois. Louco de raiva, Benedito Tadeu dá três tiros: um em Émerson, dois em Marta.

Edílson é corinthiano e membro da Gaviões da fiel, não necessariamente nessa ordem. Cleiton é palmeirense e membro da Mancha Verde. Nunca se conhecerem, a não ser pelo Orkut, lugar onde marcaram uma briga de soco inglês na Estação da Barra Funda. Os dois trapaceiam e levam revólveres. Cleiton atira primeiro.

Adriano é morador de Heliópolis e assíduo frequentador do Bar do Josias, logo na saída da favela. Gosta do combinado pinga com querosene, o qual custa 0,50 centavos a dose. Gasta 15 reais no mesmo bar. Josias não aceita o pindura e Adriano não tem dinheiro. Até aí tudo caminhava bem, até que Josias chamou Adriano de corno, que, puto da vida, deu três facadas, causando a morte do dono do bar.

Benedito Tadeu, Cleiton e Adriano são unidos pelo elo da ignorância que assola o país. São semi-analfabetos, pobres, provavelmente negros. Não são bandidos, embora tenham cometido crimes. Sofrem com a falta de instrução do ensino público, que, segundo as histórias de meu pai, já foi bom, mas hoje é irônico e cruel ao se autodenominar de ensino.

Não me espanta que queiram criar o Ministério da Segurança. Essa política própria para a classe média procura criminalizá-los, ao invés de educá-los. Sobra cara de pau. Falta Educação.

Um comentário:

  1. adorei o texto.. mas não entendi a parte do "São semi-analfabetos, pobres, provavelmente negros." ..por que teriam que ser negros? pontinho de preconceito, talvez não intencionado.

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