Explorando temas.

Textos sobre temas polêmicos, política, humor e opiniões

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Debate Esportivo

Caro colega, não queria ser tão grosseiro, mas serei: eu fico puto da vida quando vejo comentarista de esporte querer misturar futebol com direito.
Pra começar, quando o assunto é meu time (corinthiano, maloqueiro e sofredor!) eu vou querer uma gelada trincando meu copo, e um parceiro freguês pra tirar uma com a cara dele. Quando o assunto é Direito, eu até posso ir para o bar - falando bem, eu nunca nego a gelada - mas o papo será diferente.
E depois, convenhamos, os caras não sabem nada. Pô! Um Atacante contesta a profissão da mãe do árbitro e é expulso. E pior! Não joga os próximos cinco jogos! Quem já jogou bola sabe: é impossível que, no momento que você sofreu o pênalti e o juiz não apitou, não haja, no mínimo, um Vaipracasadocaralhoseufilhodumaégua. Essa é a graça de jogar bola! Nós, quando crianças, sonhamos em ser atletas de futebol, para depois, quando alguém consegue, não poder falar nada. Nem driblar pode! Passar o pé em cima da bola, com exclusiva intenção de sacanear o adversário, é considerado antiético.
Outra coisa que eu não me conformo: quando comentarista vem e fala - "Ah! O campeonato por pontos corridos é a fórmula mais justa.". Colegas, como eu e você sabemos, nem no Judiciário você encontra justiça, quanto mais no futebol. Não tem o ditado: "Quer Justiça, vá à Igreja"? - e também neste lugar justiça é algo, para muitos, controversa.

Eu quero é mata-mata, final, gol sofrido, segunda feira de zoação entre os amigos. Eu quero é esporte de verdade!
No entanto, essa coisa do "politicamente correto", da ética nos gramados, da moral e bons costumes, contaminaram tudo, até o que não poderia, em hipótese alguma, ser contaminado. Daqui a pouco, bandeirinha mulher que posar nua não poderá mais atuar no esporte. Ué! Mas isso já não aconteceu?

Isso é culpa nossa. Culpa do Direito. Criação de Justiça Desportiva, STJD, Comissão dos árbitros, Código Desportivo. Direito Esportivo. Levaram jus onde o princípio é non jus. Judicializaram o meu querido esporte. Virou juridicamente organizado. Fiquei triste. Daqui a pouco, a maior torcida será dos Bons Robôs Futebol Clube.

Mudança

Devaneios e críticas trajando terno e gravata atrás da mesa de um escritório tem sido algo engraçado para mim. De repente, entro num mundo onde qualquer traje é permitido e qualquer movimento é liberado.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Carta de instruções

Caros colegas, diante dos acontecimentos da Universidade, sinto-me obrigado a entrar no assunto. Olha o absurdo: pessoas gays querem ter os mesmos direitos que você, amigo heterossexual. E pior! Querem casar e ter filhos! Onde já se viu isso? Uma pessoa sentir vontade de casar com quem ama, e, como se não bastasse, ter uma família.

Para começar nós, nobres varões, diríamos ‘e a coitada da criança terá dois pais, ou duas mães, capaz de se transformar que nem eles e virar gay’. Vamos deixar de lado o fato que ser homossexual deixou de ser considerado doença, bem como não vamos pensar que não faz sentido o filho ser do mesmo gênero sexual dos pais (se assim fosse, homossexuais filhos de pais heterossexuais não existiriam, correto?).

Mas se só esse argumento não bastasse para dizer que gays não merecem direitos, poderíamos dizer - ‘Imagina eles lá na escola! Quanto eles não sofreriam com as outras crianças’ Pois é! Imagina o quanto de preconceito sofreria a pobre criança filha de um casal homoafetivo. Tudo bem que essa escola idealizada é a mesma que discrimina filho de negro, nordestino e índio. O problema é o casal, e não a escola.

E para colocar a cereja no bolo, dizemos – “Deus fez o homem e a mulher. O objetivo lógico disso foi a procriação entre homem e mulher. Por isso, homem com homem e mulher com mulher não dá” – essa é perfeita! Porque não há defesa para isso. Na opinião do religioso - como já dizia o nobre e conceituado grupo Sou Muleke em “A batucada” - é assim que é e é assim que tem ser e pronto (Se alguém começar a falar em Estado Laico, tente ganhar no grito).

Ah! E lembrem-se nobres defensores da sociedade brasileira! Quando alguém vier com esse papinho de Constituição Federal, direito para todos, Princípio da dignidade da pessoa humana, sabe? Esse papinho de direitos humanos, essa frescura toda, só lhe restará uma opção: vire e saia andando. Porque você está certinho.