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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Carta de instruções

Caros colegas, diante dos acontecimentos da Universidade, sinto-me obrigado a entrar no assunto. Olha o absurdo: pessoas gays querem ter os mesmos direitos que você, amigo heterossexual. E pior! Querem casar e ter filhos! Onde já se viu isso? Uma pessoa sentir vontade de casar com quem ama, e, como se não bastasse, ter uma família.

Para começar nós, nobres varões, diríamos ‘e a coitada da criança terá dois pais, ou duas mães, capaz de se transformar que nem eles e virar gay’. Vamos deixar de lado o fato que ser homossexual deixou de ser considerado doença, bem como não vamos pensar que não faz sentido o filho ser do mesmo gênero sexual dos pais (se assim fosse, homossexuais filhos de pais heterossexuais não existiriam, correto?).

Mas se só esse argumento não bastasse para dizer que gays não merecem direitos, poderíamos dizer - ‘Imagina eles lá na escola! Quanto eles não sofreriam com as outras crianças’ Pois é! Imagina o quanto de preconceito sofreria a pobre criança filha de um casal homoafetivo. Tudo bem que essa escola idealizada é a mesma que discrimina filho de negro, nordestino e índio. O problema é o casal, e não a escola.

E para colocar a cereja no bolo, dizemos – “Deus fez o homem e a mulher. O objetivo lógico disso foi a procriação entre homem e mulher. Por isso, homem com homem e mulher com mulher não dá” – essa é perfeita! Porque não há defesa para isso. Na opinião do religioso - como já dizia o nobre e conceituado grupo Sou Muleke em “A batucada” - é assim que é e é assim que tem ser e pronto (Se alguém começar a falar em Estado Laico, tente ganhar no grito).

Ah! E lembrem-se nobres defensores da sociedade brasileira! Quando alguém vier com esse papinho de Constituição Federal, direito para todos, Princípio da dignidade da pessoa humana, sabe? Esse papinho de direitos humanos, essa frescura toda, só lhe restará uma opção: vire e saia andando. Porque você está certinho.

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