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quinta-feira, 10 de março de 2011

Um papo sobre Vânias, E.T. e tudo mais.

Caros colegas,

Quantas palavras, no mínimo, esquisitas nós escutamos, aprendemos, e pior, repetimos no nosso curso de direito.

Para começar, eu peço data venia. Que porcaria de expressão é essa? Data venia? Próximo disso só minha tia Vânia, que acho que não conhece nenhuma prima “venia” para contar história. E o pior: sempre que nós, estagiários mortais, discordamos de um pensamento em alguma petição, que será radicalmente modificada, colocamos no texto data venia. Ou pior ainda: data maxima venia.

Vânias ou venias pedidas, vamos explorar esse tema infinito. Mais um exemplo: quando, em direito comparado, o professor ao citar ordenamento estrangeiro diz – “direito alienígena”. Essa não desce! Não te dá uma sensação de que ele está falando de Marte? Alienígena pra mim é E.T. Ponto. Direito alienígena, alienação fiduciária, alienação parental: tudo coisa de Saturno.

Tem outra que eu critico, mas ninguém se importa. É a palavra bojo. O professor diz: está no bojo da Constituição. Além de lembrar nojo, essa palavra me lembra um filme do “Austin Powers”, em que o “Dr. Evil”, junto com o seu comparsa “Mini me”, toma o bojo do espião e fica extremamente sensual para todas as mulheres. O filme é bem cretino, mas só essa cena já vale o ingresso.

Agora o pior. No quinto semestre, nós aprendemos em direito civil que o locatário tem muitos direitos: usufruir, dispor e “gozar” do bem. Eu sei que é infantil, é bobo. Mas sempre que a palavra “gozar” vem na minha cabeça, penso na aula de Educação Sexual no colégio. Se alguém falava “gozar”, ou qualquer genitália, palavra do gênero, era pura gargalhada. Coisa de rodinha de muleque de sétima série, entretanto, aquela risadinha fica no fundinho da sua mente até os dias de hoje, ainda que, devido ao mínimo de maturidade, você não ache mais muita graça.

Mas vamos combinar: tem necessidade de “gozar”? Não poderia ser “aproveitar”? Sei lá, qualquer coisa. Agora, que fica feio falar “A pessoa usufruiu, mas não gozou” fica. Até politicamente incorreto.

Logo, Excelentíssimo (ou “esse lentíssimo”?) colega, são só apenas algumas palavras toscas, que nós mecanicamente repetimos ao longo do curso. Lógico que não mencionei quase nada – vale lembrar que tem algumas que são simplesmente feias, caso da coitada da palavra “endosso”. É feia. Tadinha. Como se vê, leque de palavras não acaba. Aposto que você achará uma.

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